Por Jefferson Gismont
Somos “cabras” da peste! Talvez matutos teimosos, que por onde quer que andemos, não conseguimos deixar de pensar, no nosso querido torrão.
Podemos até viajar por lugares distantes, lugares que não conhecemos, seja para estudar ou trabalhar e até mesmo procurando o melhoramento pessoal, enfim, por qualquer que seja o motivo nos distanciamos, mas sempre com a certeza que esta cidade “maravilhosa” não conseguirá sair de nós.
Todos nós temos um destino, tem gente que nisso não acredita, mas o destino de cada um está no que fazemos e não no que somos, são nossas ações revertidas para nós mesmos, seja compartilhando as alegrias que temos, procurando soluções para problemas que encontramos ou até quando achamos que não tem mais jeito e mesmo assim não desistimos.
Nossa terra é como “gente” que cheia de imperfeições, procura diuturnamente dar o melhor de si para todos sem distinção de qualquer natureza, só que às vezes somos egoístas e não retribuímos àquilo que nos foi dado, é mais fácil fugir, escapar dos empecilhos da vida do que ficar e enfrentá-los.
Sob este prisma e após analisarmos este contexto, podemos ver com clareza a utopia que insiste em nos motivar. Comportamo-nos com as mesmas ideias de nossa sociedade quando se defronta com algo fora dos padrões, fora do cotidiano, fora da normalidade petrificada que ela mesma impõe. E com mesma atitude, demonstrando, apontando, avisando, porém nada fazendo mediante o fato. Eis a questão!
Ficamos nos perguntando o que esta cidade tem pra nos dar? Porque não me deu? E às vezes ainda afirmamos: Aqui nada cresce... Nada frutifica..., etc. é triste escutarmos isso, mas isso já fora revelado antes, isso “é a nossa ação revertida em nós mesmo”.
Se nossa terra padece a culpa é nossa, que saímos em busca de crescimento, às vezes encontramos, muitas vezes não, e quando encontramos sucesso não voltamos para compartilhar o aprendizado, se não houver sucesso resta-nos somente reclamar da vida, da cidade, do povo há quem reclame até do Grande Arquiteto do Universo, o nosso bom Deus, mas enfim nunca colocamos a culpa em nós mesmo afinal é mais prático colocar a culpa no outro.
Quando viemos ao mundo é assentado no registro de nascimento, o dia, a hora e o local de seu nascimento, isso não acontece por acaso, tudo tem um propósito na nossa vida, é seu primeiro degrau na escada da vida, devemos sim subir, mas sem esquecer jamais de onde começamos.
Se você já leu até aqui, agora faça uma reflexão! – o que você está fazendo para sua cidade? O que estais fazendo para seu próximo? O que estais fazendo para você? Sejamos sinceros, sejamos a mudança que queremos ver...
Carregamos em nossa face marcas das alegrias e também das batalhas, transformem os espinhos em flores e lute pelo que você acredita, afinal podemos ser o que quisermos. Pensando em sua terra natal exaltando o torrão querido, o poeta Ivanildo Vila Nova foi muito feliz quando indagado pelo orgulho de sua terra fez o poema abaixo.
(...)
Pelo vaqueiro que vaga
Por Pinto e sua viola
Por Zumbi, o Quilombola
Conselheiro e sua saga
Pelo baião de Gonzaga
E a luta de Virgolino
O barro de Vitalino
Pelo menino de engenho
Por isso tudo é que tenho
Orgulho de ser nordestino.
Não sou poeta, mas admiro a poesia, e como Ivanildo tenciono a discorrer algumas rimas em defesa do meu torrão, as minhas traçadas sem nenhuma métrica poética, deixando aberta ao leitor que achando necessária, promova a devida correção.
A todo aquele que vive
Em busca de lucro e poder
Que tentando sobreviver
Esqueceu a sua origem
Correndo sem paradeiro
Sem encontrar jamais
O que lhe deixar feliz
Se tornando um incapaz
A solução é muito simples
Uma receita te darei
não deixe de lutar
talvez mudar o que pense
Amando a sua cidade
Que é algo que lhe pertence
Por isso tudo é que tenho
ORGULHO DE SER DESTERRENSE...
Disponível em: Portal Zero83
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